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Pessoa com Deficiência Auditiva e o mercado de trabalho
Considera-se Pessoa com Deficiência Auditiva quem tem perda parcial ou profunda da audição. O termo “surdo” também é correto e bastante utilizado pela comunidade surda, familiares, instituições e profissionais que atuam com a diversidade e inclusão.
Atualmente, dados da Locomotiva Pesquisa & Estratégia revelam que 10,7 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo 54% homens e 46% mulheres. Essa informação é de suma importância para que seja possível compreender os indicadores e atuar com ações que valorizem os profissionais que desejam ingressar no mercado de trabalho e, por vezes, não encontram vagas adequadas nas empresas.
Inclusão é investimento
Sempre que uma empresa anuncia uma vaga, a intenção é de ter um novo talento capaz de atingir os resultados estabelecidos, bem como desenvolvê-lo para novos desafios e oportunidades. Com a contratação de uma pessoa com deficiência auditiva não é diferente. Como profissional é essencial avaliar suas habilidades para a vaga anunciada e quebrar a crença limitante que ela trará custos à empresa.
Talita Cristina Oliveira, sócia da Innovare Inclusiva reforça que: “Nosso papel é identificarmos as necessidades e indicarmos os recursos, que vão ampliar as habilidades comunicacionais, melhorar a performance da equipe e ampliar a visão dos líderes sobre equidade, para que os profissionais com deficiência atuem com mais autonomia e protagonismo, e tenham as mesmas oportunidades entre os demais colaboradores”, enfatiza.
Acessibilidade Comunicacional
A comunicação vai muito além da verbal, ela inclui outros meios tão eficientes quanto a fala. Quando se pensa em acessibilidade comunicacional é válido avaliar a necessidade individual do novo colaborador. Pensando na comunidade de pessoas com deficiência auditiva, o incentivo em aprender mais sobre LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) contribui diretamente com um modo de comunicar mais eficiente entre todos os colaboradores.
Ao ter essa capacitação, todas as informações podem ser repassadas e compreendidas, o que gera a execução assertiva e com os resultados esperados, não apenas aos colaboradores como potenciais clientes que tenham a deficiência auditiva também.
Em resumo, para atingir a melhor acessibilidade comunicacional, sugerimos aos profissionais envolvidos pensar em:
- Curso de LIBRAS para iniciantes;
- Capacitação para o atendimento aos clientes surdos;
- Intérprete de LIBRAS em reuniões, treinamentos e eventos;
- Vídeos com legenda e janela de LIBRAS;
Desse modo, todas as operações institucionais passam a ser mais acessíveis e geram resultados em curto, médio e longo prazos.
A preparação da empresa
Há situações que exigem atenção da empresa que irá contratar o profissional com deficiência auditiva. Um exemplo disso é o que está acontecendo neste momento de pandemia. Se o empreendimento presta serviços essenciais e está com uma equipe com surdos em seu espaço físico, além de seguir com todas as recomendações de segurança e saúde, hoje também sugerimos as máscaras com a parte da boca transparente para facilitar a leitura labial e a comunicação.
Os profissionais com deficiência auditiva parcial, que são oralizados, podem necessitar de um telefone com amplificador sonoro e que acende para avisar que está recebendo uma chamada, entre outras tecnologias assistivas.
É muito comum as empresas abrirem vagas para surdos na linha de produção. Uma das nossas ações inclusivas é o mapeamento de oportunidades, estimulamos as empresas a conhecerem profissionais com deficiência para outras áreas, não apenas para cargos de operacionais ou de entrada como auxiliar, assistente. Infelizmente ainda existem muitos profissionais qualificados, com ensino superior que não conseguem trabalhar em sua área de formação devido à falta de oportunidades.
Sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Desde 2002, a LIBRAS é apoiada pela Lei nº10.436 como “Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil”. O apoio legal é importante para que haja mais incentivo à aprendizagem padronizada da língua, assim como acontece em qualquer outro tipo de idioma.