Dia Nacional da Adoção – 25 de maio

A Lei 13.509, de 22 de novembro de 2017, estabelece uma série de critérios para adoção no Brasil. O Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) traz dados que demonstram o quanto é necessário falarmos sobre adoção. Atualmente, há 5.060 crianças e adolescentes disponíveis para adoção, sendo 323 com deficiência intelectual, 114 com deficiência múltipla e 44 com deficiência física. Além de todo o processo burocrático, ainda há a barreira do desejo de adotar bebês com determinadas características.

Na contramão das estatísticas, Aparecida Narciso teve uma nobre atitude ao adotar o Lucas José, que na época tinha 12 anos. Ele nasceu com hidrocefalia congênita e também desenvolveu hipertensão pulmonar grave.

Confira a entrevista que ela concedeu a nós.

O que a motivou adotar o Lucas?
Senti um amor incondicional por ele.

Quanto tempo levou para adotá-lo?
Foi um processo de 1 ano, aproximadamente.

Quais processos precisou passar até ele ser, oficialmente, o seu filho?
Passei por várias sessões com o psicólogo, entrevistas com o promotor e com a juíza até receber a guarda provisória, depois a guarda definitiva e por último tutela e a curatela.

Quantos anos ele tinha quando foi adotado?
O Lucas estava com 12 anos e conviveu conosco até os 21 anos, quando faleceu, infelizmente.

Quais deficiências ele tinha?
Ele tinha hidrocefalia congênita e hipertensão pulmonar grave.

Como era a rotina de cuidados com ele?
Ele tinha acompanhamento médico constante pelo convênio. No começo, o Lucas se alimentava com uma seringa, não segurava nem o copo e usava fraldas. Com o tempo, começou a ter uma alimentação normal, já conseguia segurar o copo sozinho e ia ao banheiro. Tentei levá-lo numa instituição para realizar atividades e exercícios, mas os profissionais de lá não conseguiram lidar com ele. Também o matriculei na escola. No entanto, ele foi dispensado em seis meses pelo mesmo motivo: ninguém tinha conhecimento em como lidar com ele.

Como o Lucas usava uma válvula na cabeça, eu tinha a constante preocupação em manter o acompanhamento médico, a alimentação saudável e uma rotina tranquila.

O que ele mais gostava de fazer?
Ele era apaixonado por café e gostava muito de passear de carro. Às vezes, ele apontava para uma roupa dele para eu saber que queria dar uma volta.

Qual mensagem deseja passar a quem pensa em adotar uma criança com deficiência também?
A mensagem que deixo é que vale muito a pena adotar, pois aprendemos muito. O Lucas era muito carinhoso e amoroso. A gente aprende a lidar com as características tanto que, às vezes, eu o entendia só pelo olhar. Então, adote as crianças com deficiência, pois são as que mais precisam de carinho e amor. Hoje, se eu pudesse, adotaria de novo porque é uma alegria cuidar e conviver com eles.